
Jorge Amado e Zélia Gattai se conheceram em 1945, quando, envolvidos pela política, lutavam pela anistia dos presos políticos. Logo depois, eles foram morar juntos. Mas antes disso, Jorge já havia se apaixonado por Zélia e chegou a comentar com amigos. Veja como ele conta essa história:
“Quando, durante o Primeiro Congresso de Escritores Brasileiros, reunido em São Paulo nos inícios de 1945, me apaixonei por Zélia, comuniquei ao poeta Paulo Mendes de Almeida, meu amigo e amigo dela, apontando-a entre as muitas senhoras e moças que acorriam às sessões, umas poucas para acompanhar os debates, a maioria para namora:
– Aquela ali vai ser minha mulher.
Paulo riu na minha cara:
– Aquela qual? Zélia? Jamais, não é mulher para teu bico. Mulher honesta, meu velho, não é dessas que andam por aí dando a uns e outros, essas que você…
(…)
– Não é o que você está pensando, Paulo. Falo de vivermos juntos, dela ser minha companheira, esposa se você faz questão da palavra.
– Zélia? Você está maluco? Conheço Zélia, você não a conhece. Mulher direita está ali, não há duas.
Coisa parecida me disse o pintor Clóvis Graciano, também amigo meu e dela:
– Zélia? Ela é casada e séria, você não sabe? Nem pense, tire da cabeça.
Não desisti, não tirei da cabeça, estava me roendo de paixão, fiz o que o diabo duvida, não deu outra, em julho Zélia veio morar comigo. Não vai durar seis meses, agouraram, dura até hoje.”
Trecho do livro Navegação de Cabotagem (1992, p. 8)
Amanda Palma
Fonte: http://universoamado.wordpress.com/2012/08/26/amor-a-primeira-vista-jorge-e-zelia/
– Aquela ali vai ser minha mulher.
Paulo riu na minha cara:
– Aquela qual? Zélia? Jamais, não é mulher para teu bico. Mulher honesta, meu velho, não é dessas que andam por aí dando a uns e outros, essas que você…
(…)
– Não é o que você está pensando, Paulo. Falo de vivermos juntos, dela ser minha companheira, esposa se você faz questão da palavra.
– Zélia? Você está maluco? Conheço Zélia, você não a conhece. Mulher direita está ali, não há duas.
Coisa parecida me disse o pintor Clóvis Graciano, também amigo meu e dela:
– Zélia? Ela é casada e séria, você não sabe? Nem pense, tire da cabeça.
Não desisti, não tirei da cabeça, estava me roendo de paixão, fiz o que o diabo duvida, não deu outra, em julho Zélia veio morar comigo. Não vai durar seis meses, agouraram, dura até hoje.”
Trecho do livro Navegação de Cabotagem (1992, p. 8)
Amanda Palma
Fonte: http://universoamado.wordpress.com/2012/08/26/amor-a-primeira-vista-jorge-e-zelia/
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