sexta-feira, 13 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DA ARTE

A IMPORTÂNCIA DA ARTE
A importância e a riqueza da arte vêm exatamente da sua capacidade de reunir todas as dimensões humanas - a emotiva, a racional, a mística, a corporal. O tipo de experiência que a arte é capaz de proporcionar é único, e não pode ser substituído por nenhuma outra área do conhecimento humano. Isso significa que sem a arte nosso entendimento do mundo e também de nós mesmos fica, empobrecido. Conhecer e entender a arte produzida pelo grupo cultural a que pertencemos é fundamental na construção da nossa identidade. Por outro lado, o contato com a arte de outras culturas dá oportunidade de perceber o que temos de singular, e também amplia nossa visão do mundo.
Portanto, a arte é também um meio de comunicação entre as pessoas e os povos. Por isso mesmo o componente Arte-Educação faz parte do eixo Linguagem e Códicos. Cada uma das modalidades da arte - a música, o teatro, a dança, a literatura, e as artes visuais - possui uma linguagem própria. Quer dizer, cada uma destas linguagens proporciona um tipo de experiência única. Mas, dentro de suas especificações, as várias linguagens da arte apresentam uma lógica comum.
A arte será sempre inspirada nas emoções e opiniões do artista assim como pelos acontecimentos mundiais e nova tecnologia.
O futuro da arte depende do futuro da vida na terra e da criação do artista.
O professor pode proporcionar à criança, em termos de sua produção artística, uma orientação quanto ao uso e emprego de materiais, bem como fornecer-lhe os instrumentos que se adequem às características de sua faixa etária.
A arte constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana.
Esta manifestação dinâmica confere às artes uma importância que vai além de disciplina no currículo escolar, pois é produto íntimo da formação humana. O sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando tem a arte como algo significativo em sua educação.
Parte integrante da civilização, a arte é presente quando ainda não se fazia uso da linguagem textual. Nas cavernas, nas edificações, nos templos, nas pinturas, nas esculturas, haverá sempre de representar uma linguagem universal, catalogando períodos, culturas e manifestações.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O poder da Vírgula!

Forma x Substância‏

Talvez ajude a entender melhor:

Utilizando o termo forma no sentido de essência,Saussure estabelece que a língua é forma e não substância, pois ela é sistemática e tem estrutura. A forma é constituída pela teia de relações entre os elementos da língua, enquanto a substância é constituída pelos elementos dessa teia. Na língua, podem ser constituídas sentenças com alterações de substância, ou seja, falta de coesão que, no entanto, não implicam na forma, a qual é de fundamental importância para o funcionamento do sistema linguístico. Uma sentença como Nós conseguiu apresenta defeito de substância, entretanto, os elementos que a constituem (sujeito e predicado) estão perfeitamente relacionados, não apresentando defeito de forma, visto que possui gramaticalidade. Saussure, então, atribui à substância a função de fazer a ligação com a forma. Para ele, a língua está para a forma, assim como a fala está para a substância, sendo impossível conceber uma sem a outra.


Aula Professora Bruna, 11-04-2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A nova era dos gramáticos

A nova era dos gramáticos
As obras do século 21 que abrem espaço a uma nova geração de gramáticos, vinda da linguística Por Luiz Costa Pereira Junior

Gramática de Usos do PortuguêsDe Maria Helena de Moura Neves (Editora Unesp, 2000, 1.073 páginas)
A obra parte da observação dos usos que podem ser confirmáveis no Brasil por meio de pesquisa. Refletindo sobre esses usos, oferece uma organização que os sistematiza. A professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara e do Mackenzie encara a gramática da língua como a responsável pela produção de sentidos na linguagem, pelo entrelaçamento discursivo-textual das relações estabelecidas na comunicação cotidiana. Indicada a professores, a obra se notabilizou como fonte de consulta para planos de aula. Mesmo assim, busca situar o leitor leigo adotando a divisão tradicional em classes de palavras, a que ele está familiarizado na escola, como base de seus capítulos.
Gramática do Português Culto Falado no Brasil (Editora Unicamp, 2007, 5 volumes)
Feita a partir de um corpus composto por gravações com a linguagem falada pela elite escolarizada, reúne o esforço de 32 pesquisadores de 12 universidades, desde 1988. O projeto retoma outra pesquisa, Norma Urbana Culta (NURC), que entre 1970 e 1978 gravou 1.500 horas de falas em cinco capitais (cada hora gravada produz 40 páginas de transcrição). Mas a descrição das gravações só encontrou a devida análise nesta gramática. Até então, os pesquisadores dividiram-se em grupos para entender a oralidade, a morfologia e o uso das palavras, a estrutura das sentenças, a construção dos sons e do sentido. O resultado é uma monumental contribuição à pesquisa.
Gramática da Língua PortuguesaDe Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte, Isabel Hub Faria (Editora Caminho, 2010, 5ª edição, 312 páginas, 50 euros)
Publicada pela primeira vez em 1983, esta gramática portuguesa está em sua 5ª edição. O significativo trabalho de revisão deu à obra portuguesa maior poder descritivo, estilo menos tecnicista que nas outras edições e cobertura linguística mais ampla. Embora esta gramática não seja normativa, a variedade da língua estudada é a norma-padrão do português europeu: apresenta descrições e análises de aspectos da língua portuguesa. A obra tem o valor adicional para os brasileiros, pois é uma oportunidade de comparar trabalhos de linguistas de países lusófonos.
Gramática do português brasileiroDe Mário Alberto Perini (Parábola Editorial, 2010, 368 páginas, R$ 50)
Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Perini criou uma gramática da variante brasileira do português. Ela não é, por isso, normativa (não se propõe instrumento que regule o bom uso da língua). A obra considera a gramática uma disciplina científica, tal como a astronomia e a história. Portanto, não é um conjunto de dogmas, sem espaço para debate, e não faz sentido só aprender uma lista de resultados. O estudo de gramática não leva alguém a ler ou escrever melhor. Por isso, o livro destinado a alunos e professores de letras busca mostrar, em cada caso estudado, por que se adota uma análise e não outra.
Nova Gramática do Português BrasileiroDe Ataliba Teixeira de Castilho (Editora Contexto, 2009, 768 páginas, R$ 70)
Professor da Universidade de São Paulo (USP), Castilho busca um retrato da língua tal como ela é falada no Brasil, com suas variedades. Mapeia as teorias e os diferentes modos como a língua é usada no país, dando a mesma importância de análise científica a fatos linguísticos considerados marginais pelas gramáticas tradicionais, mas em uso na comunidade de falantes do português brasileiro, como "Ni mim", "Tafalano no telefone?" e "Quem que chegou?". Sugere que estudemos não tanto ocorrências arcaicas, mas que se acrescente o estudo de formas de fato usadas diariamente em todo o país.

 Fonte:http://revistalingua.uol.com.br/textos/78/linguistas-no-paiol-dos-gramaticos-255356-1.asp

terça-feira, 10 de abril de 2012

Resumo- O Estruturalismo Linguístico (alguns caminhos).

1-       As notícias dos principais viajantes
O estruturalismo teve sobre os estudos da linguagem, no Brasil um impacto enorme, típico de uma escola dominante. Seu advento se deu no Brasil durante os anos de 1960 e coincidiu com o reconhecimento da linguística como disciplina autônoma.

2-       O saussurianismo


2-1 Língua e fala
Comecemos, pois por falar da distinção entre língua e fala, a qual Saussure chegou refletindo sobre várias experiências do dia-a-dia, uma das quais foi o jogo. Tanto a experiência de jogar como a experiência de comunicar-se através de uma língua historicamente dada envolvem interação com outras pessoas, e prestam-se a ser analisadas e comparadas de várias pontos de vista diferentes; assim, não admira que ao longo dos tempos, o jogo e a linguagem tenham sido comparados várias vezes, com resultados diferentes.

2-2 Metáfora do jogo e conceito de valor
Voltamos, porém, a metáfora do jogo e ao conceito de valor. Todos nós sabemos que é possível substituir uma peça perdida ( por ex, no jogo de xadrez, uma torre que se extraviou) por outro objeto qualquer, e jogar o jogo sem problemas, desde que convencionemos outra peça improvisada )seja ela um botão ou uma pedra) representará a que extraviou.

2-3 Forma e substância
Uma vez assimilada a ideia de pertinência, chega-se naturalmente a decisão de querer considerar como objetos de análise apenas aqueles elementos da fala que podem ser considerados como pertinentes, no sentido que acaba de ser caracterizado.

2-4 Signo linguístico
O que se procura mostrar, através dessas metáforas, é que, relacioná-las (opô-la) a todas as demais unidades daquela mesma língua. No começo do século XX, essa ideia era extremamente inovadora, contrária mesmo ao senso comum, e não admira que, para colocá-la ao abrigo de possíveis confusões , Saussure tenha sentido a necessidade de criar os termos significante, significado e signo, que nasciam comprometidos com sua concepção essencialmente opositiva das unidades linguísticas.

2-5 Valor linguístico
Falar em valor linguístico a propósito de Saussure é antes de mais nada, resaltar a natureza opositiva do signo.

2-6 Arbitrariedade das línguas
A noção radical de arbitrariedade tem tudo a ver com a noção de valor linguístico, e os exemplos que poderiam era dados acabam mostrando que cada língua organiza seus signos através de uma complexa rede de relações que não será reencontrada em nenhuma outra língua.

2-7 Sincronia e diacronia
Trata-se da oposição entre sincronia e diacronia. Seria um equívoco pensar que os estudiosos da língua anteriores a Saussure nunca pensaram em descrever o estágio a que uma determinada língua tinha chegado em algum momento de sua história (sincronia), ou imaginar que eles não trabalharam nunca com alguma noção de sistema, limitando-se a considerar as mudanças que a língua sofre ao longo do tempo ( diacronias)



3-       Desenvolvimento de ‘’Linguística estruturais’’


3-1 A escola linguística de Praga
Desenvolveu-se entre as duas guerras mundiais, e beneficio-se do fato de ter conseguido hamonizar os ensinamentos de Saussure com um outra importante linha de reflexão sobre a linguagem, a do psicólogo vienense Kart Buhler.

3-2 A glossemática
Tendo como figuras de ponta os dinamarqueses Luis Hjelmslev e Viggo Brondal, a glossemática desenvolve-se na Universidade de Copenhague, onde o ensinamento de Otto Jespersen tinha consolidado uma forte tradição de estudo crítico da gramática.


3-3 O funcionamento
Para identificar a França com o estruturalismo tinha contribuído, nos anos anteriores, uma orientação que se autodenominou funcionalismo, e foi liderada por um linguista que tinha mantido fortes contatos com os Círculos de Praga e Copenhague: André Martinet.

3-4 Roman Jakobson
A última figura que evocaremos neste panorama dos estruturalismo europeus é Ramon Jakobson.

4-       O estruturalismo fora da linguística
Em suma, se o estruturalismo  projetou a linguística foi também porque a linguística conseguiu fornecer as outras ciências modelos estruturais de análise que foram por algum tempo moeda de troca num intenso intercâmbio interdisciplinar .

5-       O estruturalismo americano
Quando se fala em estruturalismo americano pensa-se num amplo aspecto de trabalhos que foram realizados nos Estados Unidos da América entre as décadas de 1920 e 1950 e em autores que cultivaram interesses de pesquisa bastante diversificados.

6-       O estruturalismo encara seus limites
No final dos anos 1960, justamente quando sua importação começava a impulsionar a criação de uma disciplina linguístico autônomo no Brasil, o paradigma estruturalista já estava dando no hemisfério norte, claros sinais de esgotamento.


Epílogo: alguns saldos para linguística brasileira
Sem dúvida, desapareceu o clima de entusiasmo dos anos 1960. Naquela época, os adeptos da nova ciência exageraram a importância de alguns autores que eles haviam tomado por modelo, dedicando-lhes um culto nem sempre compatível com seus méritos.


As dicotomias saussureanas

As dicotomias saussureanas
  • Língua X Fala
Saussure também efetua, em sua teorização, uma separação entre língua e fala. Para ele, a língua é um sistema de valores que se opõem uns aos outros e que está depositado como produto social na mente de cada falante de uma comunidade, possui homogeneidade e por isto é o objeto da linguística propriamente dita. Diferente da fala que é um ato individual e está sujeito a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto, não passíveis de análise.
  • Sincronia X Diacronia
Ferdinand de Saussure enfatizou uma visão sincrônica, um estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica do estudo da linguística histórica, estudo da mudança dos signos no eixo das sucessões históricas, a forma como o estudo das línguas era tradicionalmente realizado no século XIX. Com tal visão sincrônica, Saussure procurou entender a estrutura da linguagem como um sistema em funcionamento em um dado ponto do tempo (recorte sincrônico).
  • Sintagma X Paradigma
O sintagma, definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade lingüística superior”, e surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do momento em que ele se contrasta com outro elemento. Já o paradigma é ,como o próprio autor define, um "banco de reservas" da língua fazendo com que suas unidades se oponham pois uma exclui a outra.
  • Significante X Significado
O signo linguístico constitui-se numa combinação de significante e significado, como se fossem dois lados de uma moeda.
    • O significante do signo linguístico é uma "imagem acústica" (cadeia de sons). Consiste no plano da forma.
    • O significado é o conceito, reside no plano do conteúdo.
Contudo, indubitavelmente, a teoria do valor é um dos conceitos cardeais do pensamento de Saussure. Sumariamente, esta teoria postula que os signos linguísticos estão em relação entre si no sistema de língua. Entretanto, essa relação é diferencial e negativa, pois um signo só tem o seu valor na medida em que não é um outro signo qualquer: um signo é aquilo que os outros signos não são.

Conhecendo o autor(a)!

Ferdinand de Saussure

26/11/1857, Genebra, Suíça
22/2/1913, Genebra, Suíça

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Ferdinand de Saussure, o fundador da lingüística moderna

Após a morte de Saussure, seus discípulos esperavam encontrar em seus manuscritos a imagem fiel de suas geniais lições. Qual o quê! O mestre destruía os rascunhos que escrevia, as gavetas de sua escrivaninha estavam quase vazias. O jeito foi reunir as anotações minuciosas de seus alunos, compará-las e recriar cuidadosamente o pensamento do pioneiro da linguística. O resultado deste trabalho foi a publicação do "Curso de Linguística Geral".

Filho de uma família abastada, Ferdinand de Saussure estudou desde cedo inglês, grego, alemão, francês e sânscrito. Com o objetivo de continuar a tradição científica de sua família, em 1875, estudou física e química na Universidade de Genebra. Em 1877, aos 21 anos, Ferdinand de Saussure publicou o livro "Memória sobre as Vogais Indo-Européias".

Três anos depois o estudioso defendeu sua tese de doutorado, "Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em Sânscrito". Em 1881, Ferdinand de Saussure assumiu a cátedra de linguística comparada na Escola de Altos Estudos de Paris. Em 1886 tornou-se membro da Sociedade Lingüística de Paris e no ano seguinte foi para Leipzig, na
Alemanha, completar seus estudos.

Transferiu-se em 1891 para a Universidade de Genebra, lecionando lingüística indo-européia e sânscrito até 1906, quando passou a professor titular de linguística. Saussure foi professor na Universidade de Genebra até sua morte, aos 55 anos.

Seus discípulos Charles Bally e Albert Sechehaye organizaram as anotações dos alunos de Saussure realizadas durante seus cursos universitários. Em 1915 foi publicado o já mencionado "Curso de Linguística Geral", considerado a obra fundadora da linguística moderna.