sábado, 26 de maio de 2012

Conceitos básicos do Gerativismo

UNIP – São José dos Campos – Dutra
Linguística Geral
Professora Bruna Maia
No final dos anos de 1950, Noam Chomsky publicou uma crítica aos métodos e às ideias centrais de Skinner. Para Chomsky a linguagem humana não poderia ter uma origem explicada pela ideia simplista de estímulo–resposta.
A mente humana, segundo Chomsky, é de natureza cognitiva e caracteriza-se, com evidências, por sentimentos inusitados.
Além disso, a mente humana já vem com uma capacidade de impressionantes recursos de aquisição da linguagem. As estruturas sintáticas seriam inatas, estabelecidas por uma gramática universal.
COMPETÊNCIA E DESEMPENHO

Por competência entende-se "o conhecimento do falante de um sistema linguístico concebido como um conjunto de regras".
Desempenho significa "o uso dessas regras observado no comportamento linguístico do falante nativo".
Trata-se de uma distinção entre conhecimento e uso da linguagem muito importante na teoria, "sendo o conhecimento sempre muito maior que sua manifestação".
CRIATIVIDADE LINGUÍSTICA

Em virtude dessa visão comportamentalista, Chomsky escreveu uma resenha em 1959, onde fez severas críticas aos behavioristas, chamando a atenção para o fato do ser humano sempre agir criativamente no uso da linguagem, pois para Chomsky a todo momento os seres humanos estão construindo frases novas e inéditas, jamais pronunciadas antes pelo próprio falante que as produziu ou por qualquer outro indivíduo.
Segundo Chomsky a criatividade é o principal aspecto caracterizador do comportamento linguístico humano, aquilo que distingue a linguagem humana dos sistemas de comunicação animal.
GRAMATICALIDADE E INTUIÇÃO LINGUÍSTICA
Outro centro de atenção dos gerativistas sempre foi compreender como é possível que os falantes de uma língua tenham intuições sobre as estruturas sintáticas que produzem e ouvem.
Por exemplo, todo falante nativo do português sabe que uma frase como:
Quantos livros você já escreveu?
É perfeitamente normal, e pode ser falada por qualquer um de nós, sem causar estranhamento. Trata-se, portanto de uma frase gramatical, normal na língua.
Esse mesmo falante do português também sabe, pela sua intuição, que uma frase como:
*Que livro você conhece uma pessoa que escreveu?
Não é normal, é estranha, é uma frase agramatical da língua (e, por isso, é antecedida do asterisco, que indica agramaticalidade).
Ora, como é que o falante sabe disso? Como ele consegue distinguir uma frase gramatical de uma frase agramatical em sua língua?
Note bem: estamos falando de um conhecimento implícito, inconsciente e natural acerca da língua, que todos os falantes nativos possuem, e não das regras da gramática normativa que aprendemos na escola.
Na escola nunca são analisadas construções como a frase agramatical citada.
(i) quantos livros você já escreveu? - gramatical
(ii) * que livro você conhece uma pessoa que escreveu? - agramatical
Um outro exemplo:
João disse que ele vai se casar.
Todo falante nativo de português sabe que o pronome "ele" pode referir-se tanto a João quanto a outra pessoa qualquer (do sexo masculino), diferente de João e citada anteriormente no discurso – isto é, a frase pode dizer que o próprio João vai se casar ou que um outro homem vai se casar.
Mas na frase:
Ele disse que João vai se casar.
O falante sabe que "ele" não pode ser a mesma pessoa que "João" – e, nesse caso, a frase diz somente que o João vai se casar.
Todos os falantes de português conhecem inconscientemente esses pequenos fenômenos, e é por isso que entendem e produzem as frases de sua língua. Mas como isso é possível? Como podemos saber essas coisas, se ninguém nos ensina explicitamente como a língua funciona?
Todo falante nativo possui um conhecimento linguístico inconsciente sobre sua língua (competência linguística) que lhe permite intuir sobre a gramaticalidade e o sentido das frases.
PRINCÍPIOS E PARÂMETROS

Na fase inicial da teoria, o conhecimento linguístico consistia de um conjunto de regras de diferentes naturezas. No programa de Princípios e Parâmetros, as regras são efeitos de Princípios universais e Parâmetros de variação, os quais também formam a base para uma teoria da aquisição (KATO, 1997).
Para Chomsky, sem uma estrutura interna, um organismo não interage com o ambiente.
A estrutura interna na espécie humana é invariante e é responsável não só pelas propriedades invariantes das línguas, mas também pelas variações possíveis. As línguas variam, mas a variação é restrita, porque dependem de um número limitado de Parâmetros já programados geneticamente (...)".(KATO,1997:7)
Ao ter contato com o input a criança acionará o parâmetro que está de acordo com a língua que está ouvindo.
Os parâmetros são, portanto particulares de cada língua. Os princípios são universais.
Na Teoria dos Princípios e Parâmetros trata-se de construir uma teoria da linguagem que mostre "como cada língua particular pode ser derivada de um estado inicial uniforme" (CHOMSKY, 1997). Esse estado inicial uniforme são os princípios (universais), os parâmetros são as configurações assumidas pelas línguas a partir daquele estado inicial. A estrutura das línguas é uniforme e invariante – dada pelos princípios; por parâmetros entendem-se tudo que as torna sistemas particulares.
AS INOVAÇÕES LINGUÍSTICAS DE CHOMSKY

a) por resgatar a tradição racionalista, então refutada no advento do gerativismo;
b) por redirecionar o estudo do sistema linguístico não apenas como caráter social, ou mais próximo à sociologia, como propunha Saussure, mas como ramo da psicologia cognitiva;
c) por conceber a língua como independente de meio em que se manifesta, devido ao seu caráter abstrato;
d) por estabelecer a independência entre si dos níveis da estrutura do sistema linguístico, de modo que a combinação dos elementos no nível fonológico não determina a estrutura do nível sintático, ou vice-versa.
VÍDEO
http://www.youtube.com/watch?v=sGatWSnvKCQ
REFERÊNCIAS

CHOMSKY, N. Novos Horizontes no Estudo da Linguagem. ". In: DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada. vol.13, n. especial, São Paulo: PUCSP/LAEL. Aug. 1997 .
KATO, M. A. Teoria Sintática: de uma perspectiva de" -ismos" para uma perspectiva de "Programas". In: DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada. vol.13, n.2, São Paulo: PUCSP/LAEL. Aug.1997.
ALI G entrevista Noam Chomsky. http://www.youtube.com/watch?v=sGatWSnvKCQ. Acessado em 08 de maio de 2012.
Teoria Gerativa de Noam Chomsky. http://www.infoescola.com/comunicacao/teoria-gerativa-de-noam-chomsky/. Acessado em 08 de meio de 2012.
Gerativismo. http://www.professores.uff.br/eduardo/artigos_arquivos/manualdelinguistica_2008.pdf
Acessado em 08 de maio de 2012.
PAMPLONA, Rosane. Enciclopédia do Estudante: gramática e linguística. São Paulo, Ed. Moderna, 2008. 

 
GRUPO:
BISMARCK ABRANTES
EDERSÔNIA BICALHO
GISLENE PINHEIRO
RAMOM SACRAMENTO
ROGER TRINDADE
TALLYS VIANA
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