SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA

Resumo estudo

O autor inicia afirmando que semântica e pragmática são disciplinas da lingüística que têm como objeto o estudo da significação, do sentido na linguagem, tendo como unidade de análise a frase (e frase num sentido geral, tal como usada na linguagem cotidiana). Deve-se, então, saber como os elementos da frase significam e, assim, constituem o seu sentido.
O primeiro modo de considerar a significação constitui-se da relação entre elementos lingüísticos. Palavras são relacionadas pela significação.
O segundo modo considera a relação entre elementos lingüísticos e o mundo, sendo chamada, portanto, de Referencialista.
O terceiro modo de tratar a significação considera-a como aquilo que uma pessoa comunica à outra quando fala. Desta forma, a intenção do sujeito que fala (o locutor) é o fundamento do conceito de significação.
O quarto modo considera que o sentido de uma frase é resultado do sentido que as palavras têm na língua e que se atualiza segundo as condições do funcionamento da língua no momento em que ela é posta em funcionamento pelo locutor.
O quinto e último modo citado por E. Guimarães entende a significação pela relação do funcionamento da língua com suas questões sócio-históricas.

O texto é “unidade de sentido constituída por seqüências lingüísticas remetidas a um lugar de sujeito no acontecimento enunciativo” (pg. 142), representando algo além do que soma de sentenças.
Segundo Guimarães, as disciplinas de semântica e pragmática podem trazer importantes contribuições para a construção de certas expressões, através de relações que vão além das que se constituem no interior de um enunciado.

extratos mais Resenha do texto "Semântica e pragmática" do autor Eduardo Guimarães

[...] É um ato de fala pois não serve apenas para informar, como também muda a vida do réu, que sofrerá as conseqüências do crime do qual foi acusado e considerado culpado. No entanto, o ato só se cumprirá se dito pelo juiz, no momento do julgamento não teria nenhum efeito se fosse dito por alguém que assiste ao julgamento, por exemplo. No estudo do enunciado também é importante a análise de argumentação, pois, se há diferença de significação na língua através do léxico escolhido, pode- se formular uma melhor argumentação, bem como entender como o sujeito articulou sua defesa, pela análise semântico-pragmática. [...]

 

[...] Imaginando-se um contexto em que o locutor não está agasalhado e um conhecido ao seu lado tem um agasalho de sobra, a intenção do locutor era de dizer Empreste-me um agasalho, embora a sua escolha lingüística não tenha explicitado o pedido. Nesta concepção, é preciso levar em conta a situação em que a frase é dita. O quarto modo considera que o sentido de uma frase é resultado do sentido que as palavras têm na língua e que se atualiza segundo as condições do funcionamento da língua no momento em que ela é posta em funcionamento pelo locutor. [...]

 

[...] Nesta análise, os estudos semântico-pragmáticos consideram o sujeito do dizer na enunciação como o locutor, e para que ele fala como destinatário. “Enunciação” é definida, então, como o acontecimento em que a língua funciona e assim constitui sentido (constituindo locutor e destinatário). A relação entre língua e sujeito constitui a enunciação e difere falante de locutor. Para os estudos de semântica e pragmática, o falante não é a pessoa física, nem psicológica, mas aquele que é tomado enquanto tal pelas línguas que fazem dele um falante (como, falantes do Português os brasileiros que têm o Português como língua materna). [...]

 

[...] O implícito trata dessa questão de relação do enunciado e sua significação com o que não está diretamente dito, e que exige certo raciocínio/ procedimento de interpretação para retirar da língua e de seu funcionamento, combinados às condições de produção do enunciado, o que eles significam o que pode estar implícito. Há três tipos de implícitos, os chamados implicaduras (Grice, 1967) ou subentendidos (Ducrot, 1972), os chamados de implicaduras convencionais (Grice) ou implícitos do enunciado (Ducrot) ou, até, acarretamentos, e um caso especial de implícitos, chamados de pressupostos. [...]

Resenha do texto "Semântica e pragmática" do autor Eduardo Guimarães