Conteúdo :
Videoaula
Assista à videoaula clicando no monitor ao lado.
A clareza e a concisão compreendem duas qualidades primordiais de um texto bem elaborado. A primeira diz respeito à organização coerente das idéias, de modo a não deixar dúvidas sobre o que foi proposto pelo texto, desde seu início até sua conclusão, enquanto a segunda está associada à não-prolixidade do texto, ou seja, uma está ligada à outra.
Do ponto de vista da produção, de acordo com a intenção, deve-se selecionar a estrutura que sustentará o texto, levando-se em consideração características peculiares a cada uma delas (narrativa, descritiva ou dissertativo-argumentativa), as quais serão apresentadas mais à frente. O fundamental é garantir que haja uma hierarquia de idéias e fatos na relação intratextual, a fim de se organizar um todo coeso e coerente.
Nesse sentido, a organização dos parágrafos no interior do texto é de suma importância e constitui uma das dificuldades que deve ser vencida pelo produtor, pois quando não se tem domínio dessa habilidade, há duas tendências na construção dos parágrafos: ou o texto é um bloco único de informações ou confundem-se período e parágrafo.
Para melhor compreensão, passemos a verificar essas duas etapas: da organização discursivo-textual e da elaboração dos parágrafos.
Organização discursivo-textual
Do ponto de vista de quem produz o texto, é preciso que haja conhecimento das condições de produção, ou seja, é preciso saber para quê, para quem e por quê o texto será produzido. Além dessas, o tipo de texto também é uma condição de produção, visto que o gênero determina as características de cada texto, o que pressupõe o conhecimento delas para a organização discursivo-textual adequada.
Uma primeira preocupação deve ser com a pessoa do discurso, na cena enunciativa, tendo em vista que o uso da 3ª ou da 1ª pessoa produz efeito de objetividade ou subjetividade. Dizemos efeito porque este é resultado da intenção do locutor (para com o interlocutor) de “afastar-se” ou “aproximar-se” da enunciação quando faz a escolha.
A partir desse primeiro posicionamento, o sujeito assume “a voz” que seja mais conveniente à produção do texto-discurso. Trata-se da relação entre enunciação e enunciado, ou ainda, “o que se diz” e “o que se quer dizer”.
É dessa escolha enunciativa que se pode avaliar se o texto-discurso é objetivo ou subjetivo, se o sujeito aproxima-se ou distancia-se do ponto de vista que há no texto. Enfim, o modo de dizer, o que se pretende dizer depende dessas escolhas prévias. Após essa primeira seleção, torna-se necessário saber que tipo de texto pretende-se produzir, isto é, se o texto é descritivo, narrativo ou argumentativo.
Nesse sentido, Emediato (2004:136) propõe o seguinte quadro:
MODOS DE ORGANIZAÇÃO | FUNÇÃO DE BASE | PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO |
ENUNCIATIVO | relação de influência (EU-TU) Ponto de vista situacional (EU – Contexto) Relato sobre o mundo (ELE) |
|
DESCRITIVO | Identificar os seres, objetos do mundo de maneira objetiva ou subjetiva. |
|
NARRATIVO | Construir uma sucessão de ações de uma história no tempo em torno de uma busca e de um conflito, com actantes e personagens. |
|
ARGUMENTATIVO | Explicar uma verdade, numa visão racional, para influenciar o interlocutor: convencê-lo (se argumentação demonstrativa) ou persuadi-lo (se argumentação retórica) |
|
Convencer é apresentar provas e, por isso, os argumentos “demonstram”, ou seja, comprovam o que está sendo dito. Persuadir é “levar o outro a acreditar”, por isso é um ato retórico, ou seja, o sujeito-enunciador deve construir os argumentos para persuadir “o outro”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário