sexta-feira, 30 de março de 2012

Gramática

4.1 Emprego de pronomes, uso dos tempos verbais concordância nominal e verbal, colocação dos termos na oração e das orações no período e seus efeitos estilísticos.

Pronomes
* adjetivos - este moço é meuirmão
* substantivos
Nem tudo está perdido
Estes livros são ( adjetivo)
Aquilo me deixou trsite ( substantivo)

PESSOAIS
POSSESSIVOS
INTERROGATIVOS
DEMONSTRATIVOS
INDEFINIDOS
RELATIVOS

Aula Professora Bruna, 30-03-2012

quinta-feira, 29 de março de 2012

Gêneros Discursivos

O que é?
São classes de texto

Irei publicar o que a professora Fátima passou hoje, no data show
na próxima publicação.

Aula Professora Fátima, 29-03-2012

Etnografia- Pesquisa de campo

                 etnografia
1) Tema /
              \
                crise
                         favoráveis
2) Argumentos /
                        \
                         contrários
      -pesquisa
Antropólogo-------------------------------------Nativos
                                 comunicação                       colônias
Coônias se tornam cidadães - Indepedências

Portugal - Angola
  \                        \
    antropólogo      Angola começa a criar seus próprios estudiosos
Olhar de fora e olhar de dentro
                                           \
                                            Filme: Cidade de Deus

PAULO LINS (1880'5)
                                 \
                                  etnografia
  -nasceu e foi criado na Cidade de Deus

Grupos pequenos - fica mais fácil de controlar
dar detalhes de determinados grupos
PARTICULARES
   Ser humano em geral //comparação// grandes teorias

Aula Professor Francisco, 29-03-2012

Texto interessante‏

A catástrofe dos cursos de Letras

Marcos Bagno
Revista Caros Amigos – Nov/ 2008
A formação dos professores de português, hoje, no Brasil, é uma catástrofe. Nós, os responsáveis pelos cursos de Letras, não enxergamos a bomba-relógio que temos nas mãos. As estatísticas não mentem: a retumbante maioria dos estudantes de Letras vêm de camadas sociais pobres ou mesmo miseráveis, filhos de pais analfabetos ou que têm escolarização inferior a quatro anos. Isso significa muita coisa. Significa que esses estudantes têm um histórico de letramento muito reduzido: no ambiente familiar, não convivem com a cultura letrada, não têm acesso a livros, revistas, enciclopédias etc. Significa que não são falantes das normas urbanas de prestígio (as mesmas que supostamente terão de ensinar a seus futuros alunos) e têm domínio escasso da leitura e da escrita. Só na faculdade é que a maioria deles vai ler, pela primeira vez na vida, um romance inteiro ou um texto teórico. Vêm, quase todos, do ensino público, essa tragédia ecológica brasileira muito pior que as queimadas na Amazônia. Nós, porém, fingimos que eles são ótimos leitores e redatores, e despejamos sobre eles, logo no primeiro semestre, teorias sofisticadas, que exigem alto poder de abstração e familiaridade com a reflexão filosófica, e textos de literatura clássica, escritos numa língua que para eles é quase estrangeira. E assim vamos nos iludindo e iludindo os estudantes.
O resultado é que os estudantes de Letras saem diplomados sem saber lingüística, sem saber teoria e crítica literária e sem saber escrever um texto acadêmico com pé e cabeça. Todos os dias, recebo mensagens de formandos que me pedem orientação para seus trabalhos finais. Alguns até me enviam seus projetos. São textos repletos de erros primários de ortografia, pontuação, sintaxe, vocabulário, com frases truncadas e sem sentido. Assim eles chegam ao final do curso, e suas monografias, mal escritas, sem nenhum rigor teórico ou metodológico, são aprovadas alegre e irresponsavelmente por seus supostos orientadores.
O problema, é claro, não está no fato (que merece comemoração) de acolhermos na universidade alunos vindos das camadas mais desfavorecidas da população. O problema é não oferecermos a eles condições de, primeiro, se familiarizar com o mundo acadêmico, que lhes é totalmente estranho, por meio de cursos intensivos (e exclusivos) de leitura e produção de textos, de muita leitura e muita produção de textos, para só depois desses (no mínimo) dois anos de preparação eles poderem começar a adentrar o terreno das teorias, das reflexões filosóficas, da alta literatura. Se não fizermos isso urgentemente (anteontem!), as salas de aula do ensino básico estarão ocupadas por professores que, mal sabendo ler e escrever adequadamente, não poderão desempenhar sua principal tarefa: ensinar a ler e a escrever adequadamente! Não sei, aliás, por que escrevi “estarão ocupadas”: elas já estão ocupadas, neste momento, por essas pessoas, de quem se cobra tanto e a quem não se oferece uma formação docente que também seja, minimamente, decente.
 
Segue o link de um texto para que possamos refletir sobre a formação dos professores de português no Brasil.

by Professora Bruna

quarta-feira, 28 de março de 2012

Disciplina Gramática Aplicada da Língua Portuguesa - Programa Realizado‏

O que já foi discutido em sala está em amarelo. Na prova do dia 09.04 serão cobrados todos os pontos, já que no dia 06.04 um dos grupos falará sobre o ponto 2.1 no seminário de Morfologia.

1. Linguagem, sistema, língua e fala
2. Divisões da gramática e disciplinas afins. Âmbitos de estudo da Gramática (fonologia, morfologia, sintaxe e semântica) e o conceito de norma padrão e desvios. Conceito de gramática normativa e gramática descritiva.
2.1 Descrição da língua portuguesa em seus aspectos morfológicos: formação de palavras; processos de derivação e composição; classes de palavras. (Seminário)
3. Níveis de linguagem. Registros. Norma culta.


Um abraço,

---
Bruna Maia Rocha
Docente da Universidade Paulista/UNIP
Doutoranda pela Universidade de São Paulo/USP

Disciplina Linguística Geral - Programa realizado‏

O programa de Linguística Geral feito até a aula de ontem (27.03) é o que está marcado em amarelo. Do ponto 1 do nosso curso só temos que fazer o último tópico, portanto na prova de 04.04 será cobrado tudo aquilo que foi visto até então.

1. Linguística -concepção e origem / objeto de estudo / o fenômeno geral da linguagem
1.1. revisão histórica – a linguística como ciência
1.1.1. a gramática tradicional
1.1.1.1.o ponto de vista da gramática normativa: análise prescritiva
1.1.2. a linguística
1.1.2.1.a visão científica dos estudos linguísticos: ciência social, empírica, descritiva e explicativa
1.1.3. contraposição entre a visão tradicional e a visão linguística no ensino de língua materna e língua estrangeira
1.1.3.1.contraposição entre a visão tradicional e a visão linguística no processo de identificação e análise das variedades linguísticas situacionais, regionais, sócio-culturais
1.1.3.2.identificação das variedades linguísticas - fonológicas, lexicais, sintáticas - na língua portuguesa, fazendo uso da intuição linguística, enquanto falante nativo, no processo de análise da língua
1.1.3.3.a perspectiva normativa e o denominado preconceito linguístico
1.1.3.4.o foco na forma (gramática tradicional) e não no conteúdo (tomando por base a visão contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN)
1.1.3.5.os conceitos de aquisição e aprendizagem de línguas: a noção de erro nas perspectivas da linguística (como estratégia de conhecimento) e da gramática normativa (como evidência de falta de conhecimento)

Atenciosamente,

---
Bruna Maia Rocha
Docente da Universidade Paulista/UNIP
Doutoranda pela Universidade de São Paulo/USP

Linguística Geral

1.2.3.5 Os conceitos de aquisição e aprendizagem de linguas: a noção de erro nas pespectivas da linguística(como estratagia de conhecimento) e da gramática normativa (como evidência da falta de conhecimento).
Sistema de interiorização do conhecimento da lingua
lingua estrangera LE (estuda da lingua em outro país)
                            L2 (estudar italiano na Itália)

Acquisition- aquisição processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto da interação em situação reias de convível humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo.
Learning- aprendizagem estuda consciente da gramática de uma lingua.
Concepção de erro no ensino das linguas e o tratamento do erro.
Corder (1967)
Mistaker: resultantes de lapios de memórias, por condições fisicas ou psicologicas.São de desempenho e por isso são assistemática.
Erros refletem o conhecimento intrinsico que se tem da lingua são de competência e portanto, sistemáticos.

Dica de Texto
Segue Link do texto:Como corrigir os erros dos alunos com o objetivo de ajudá-los a avançar.

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/como-corrigir-erros-alunos-objetivo-ajuda-los-avancar-gestao-avaliacao-coordenacao-pedagogica-provas-546794.shtml
Aula Professora Bruna, 28-03-2012

terça-feira, 27 de março de 2012

1.2.3.4.O foco na forma (gramática tradicional) e não no contéudo (tomando por base a visão contida os parâmetros curriculares nacionais PCN).

Ainda falamos do texto: Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino de gramática normativa.
Margarete von Muhlen Poll

segue link do texto

Os Parâmetros Curriculares Nacionais e o ensino de gramática ...



Aula Professora Bruna, 27-03-2012

Aula Gêneros Textuais

Van Dick - bom leitor

                            curta   
  3 memórias        médio
                            longo

Dica de livros
Para entender o texto
Lições de texto
-Latão e Fiorin

Ainda falamos do texto Piscina de Fernando Sabino: 

Piscina
Fernando Sabino
Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela piscina. Pena que a favela, com seus barracos grotescos se estendendo pela encosta do morro, comprometesse tanto a paisagem.Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata d’água na cabeça.De vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres que se detinham e ficavam olhando.Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônico no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando perceberam que alguém os observava pelo portão entreaberto. Era um ser encardido, cujos trapos em forma de saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olharam, separadas pela piscina. De súbito pareceu à dona de casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em pouco sumia-se pelo portão. Lá no terraço o marido, fascinado, assistiu a toda a cena. Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos de silêncio e de paz que antecedem um combate.Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.
Texto de Fernando Sabino

Aula Professora Eliane, 27-03-2012

Entrevista do Mascos Bagno

http://moglobo.globo.com/blogs/blog.asp?blg=prosa&cod_post=437358

moglobo.globo.com
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segunda-feira, 26 de março de 2012

Site de Gramática.

Gente, achei um site com gramatica básica, acho que ajuda a dar um "norte" pra quem está esquecido, eu por exemplo, tem muita coisa que não lembro rsrsrs
tem bastante coisa. é preciso fazer um cadastro, mas é gratuito. espero que seja de utilidade!
abraços!


Ana Elisa Costa

Palavras do nosso Professor Francisco.

Caros alunos, tudo na paz?
Estamos nos aproximando de nossas primeiras avaliações. Assim, quero dizer algumas palavras.
Como eu já havia dito em sala de aula, minhas provas costumam ser trabalhosas no que diz respeito ao requisito leitura. São relativamente longas, ainda que raramente eu me depare com problemas relacionados à falta tempo (em massa). Ela é feita na medida do tempo que temos em nossa aula (uma hora e quarenta minutos). Também quero dizer que todas as questões foram concebidas a partir dos textos indicados e / ou das discussões realizadas em sala. O objetivo é criar uma situação em que vocês possam enfrentar os seguintes problemas: argumentação, leitura, interpretação e concentração. Como professor no campo das ciências humanas, não posso abrir mão disso sem comprometer seriamente as exigências de nosso trabalho.
Ao longo desse período, encontrei em todas as turmas alunos que, a partir da leitura prévia ou de questionamentos feitos em sala, muito contribuíram para o enriquecimento das aulas. Isso é estimulante! Guardo boas impressões de todas as turmas, considerando também a diversidade que as caracteriza. Creio que conseguimos realizar um bom trabalho e, de alguma forma, a expectativa é que isso apareça, em algum grau, no resultado das provas.
As avaliações servirão como um parâmetro a mais para cada um ter consciência de como está em relação às nossas disciplinas e também como informação importante sobre a diversidade das turmas e sobre o trabalho como um todo.
Sei é cômodo dizer isso, mas gostaria que vocês tentassem encarar a prova como um momento de estudo, uma atividade como outra qualquer. Essa postura tem valor para tentar controlar a ansiedade e o nervosismo que costumamos sentir quando somos avaliados.
Enfim, não sei se essas palavras têm alguma serventia, mas me sinto na obrigação de dizê-las a vocês. Fazem parte de minha concepção do que são as aulas, a universidade e o envolvimento de professor e aluno nas discussões e no trabalho como um todo.
Abração a todos e inté,
_____________________
xko ramires

Níveis de linguagem

Registros, Norma oculta

linguagem
tecnica/ científica
vulgar
popular
informal (gírias)
culta
regional

Existem vários níveis de linguagem, várias de dizer a mesma coisa, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito.Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração alguns elemntos que garantem a eficiência de nossa mensagem. Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comuicação. Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem. Os níveis de linguagem são várias (linguagem regional, poética, vulgar, técnica ou científica etc), mas para efeitos didáticos vamos considerar neste curso apenas dois desses níveis:

* o informal ou coloquial, usado mais comumente em conversa entre amigos, conhecidos mais íntimos;
* o informal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser mais observados as normas gramaticais.

Exemplos:
a) Aquela ali é uma perua (nível informal ou coloquial)
b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)
c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)
d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou (nível informal)

Aula Professora Bruna, 26-03-2012

Realismo / Naturalismo

O cortiço
O mulato             -> Aluíso de Azevedo
Casa de pensão

Correntes Filosóficas     Positivismo
                                       Darwinismo
                                       Determinismo

Receita imperativo
             teoria da prosa
Dica de Livro:
''Machado de Assis, os seus 30 melhores contos''

Falamos ainda da Entrevista com Regina Zilberman
Venha mais no link:
http://revistaescola.abril.com.br/imprima-essa-pagina.shtml?http:revistaescola.abril.com.br

Aula Professor Siqueira, 26-03-2012

domingo, 25 de março de 2012

Perguntas-Disciplina Práticas de Ensino

1-O Anel
2-Uma Pesca inesquecível
a)A introdução, num texto, é conduzir o imaginário do leitor na narrativa que o autor quer desenvolver. Leia o texto e escreva resumidamente a sua introdução.
b)Retorne a leitura até o parágrafo: ''Nunca mais conseguir um peixe tão maravilhoso como daquela noite''
1) Se você fosse o pai, como agiria? Por que?
2) Se você fosse o menino, o que faria? Por que?
-
c)Conclua a leitura a té o final
Você deve ter deparado com o termo ''ética'' (s.f), que conforme o Dicionário Aurélio significa '' estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, suscetível do ponto de vista do vem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto''.
Você deve ter percebido que a ética é uma questão de valor. na sua concepção de ética, que valores estão envolvidos?Faça um breve comntário.

3- Pedra
O viver é uma contínua interação entre o homem e a realidade. Que reflexões este texto lhe sugere sobre a vida humana?

4-Pedra

O autor afirma que “todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações”. Qual o significado dessa afirmação?

b)Se não há única forma, nem um único modelo de educação, e se a escola n~~ao é o único lugar onde ela acontece que outros ambientes educativos você consideraria como alternativa de formação de cidadãos críticos, criativos e participativos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?

c)a educação pode existir livre, ou imposta por um sistema centralizado de poder que acaba por reforçar a desigualdade entre os homens. Diante desta afirmação pode existir educação neutra? Justifique sua resposta.

d)No antepenúltimo e penúltimo parágrafo do texto, o autor mostra, respectivamente, a força e a fraqueza da educação.Releia estes dois parágrafos e explique:
1)Quando a educação se constitui uma força para a sociedade?
2)Quando ela (educação) apresenta fraqueza que acaba por prehudicar uma sociedade?

e)No último parágrafo o autor afirma que a educação visa ''transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor'', lembrando ainda a flata do indio e deles faremos homens'' ,Mas afirma, também que na prática nem sempre a educação contribui para isto'' eles eram, portanto totalmente inúteis'' Como você vê essa dicotomia?

A)Escreva a mensagem principal do texto (5 linhas no máximo);
b) Retorne a leitura até o sexto parágrafo.Neste trecho, o professor a solucionar o problema do aluno.O que nos permite fazer esta afirmação?
c)Continue a leitura do 7 parágrafo ao 12. que sentimentos afloram no rapaz por não ter conseguido atender as expectativas do professor?.
d)Para a leitura efetuada até o parágrafo 15, algumas características do rapaz estão implícitas no texto.Cite pelo menos 3 delas
e) escreva seu posicionamento em relação a afirmação. ''Ninguém pode te fazer sentir inferior sem teu consetimento''(máximo de 10 linhas).

sábado, 24 de março de 2012

Teorias do Texto

Título : Conteúdo Complementar 1 - Apresentação
Conteúdo :

CONTEÚDO COMPLEMENTAR 1 - APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Seja bem vindo!
A abordagem desta disciplina, “Teorias do Texto”, abrange o estudo teórico do texto e contexto a partir da perspectiva Sócio-interacionista e da Linguística Textual, visando a destacar as principais teorias de processamento cognitivo do texto. Sendo assim, este estudo acerca do universo textual será desenvolvido, considerando um panorama que vai desde o nascimento de uma Linguística do Texto no contexto das análises transfrásticas, passando pela caracterização e diferenciação das modalidades oral e escrita, até as inter-relações que a Linguística Textual faz com as diferentes linhas teóricas de estudo do texto: a Sociolinguística, a Pragmática, a Análise da Conversação e do Discurso, bem como, enfaticamente, as principais teorias de Leitura de texto. Tal panorama pautar-se-á pelo caráter multi e transdisciplinar dessas teorias, cuja preocupação maior é o texto (como processo complexo de interação e construção social de conhecimento e de linguagem que envolve ações linguísticas, cognitivas e sociais na sua organização, produção e funcionamento), e que levam o aluno a refletir sobre o funcionamento da língua nas diversas situações de interação verbal e social, sobre o uso dos recursos que a língua lhe oferece, sobre a adequação dos textos a cada situação, bem como sobre o papel da leitura no processamento cognitivo do texto, tendo em vista o leitor analisador e leitor (re)construtor.
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos “3” horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados + a bibliografia básica indicada para cada um deles. Para cada assunto, as leituras fundamentais exigidas estarão mais detalhadamente indicadas no corpo dos textos que compõem cada conteúdo. Mesmo assim, logo abaixo, será apresentada a bibliografia completa para esta disciplina. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, as leituras complementares. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos.
a – Conteúdos (assuntos) a serem estudados:
CONTEÚDOS:
LEITURA(S) BÁSICA(S)
2. O nascimento de uma Linguística do Texto: da frase ao texto - as três fases de construção da Linguística Textual.
BENTES, A. C. Linguística Textual. IN. MUSSALIM, F. & BENTES, A. Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras.5ed. São Paulo, Cortez. Vol.1., 2007, p.245-287.
3. Construindo sentidos no texto: organização estrutural e processamento textual.
FÁVERO, L. L. Coesão e Coerência Textuais. 3ed. São Paulo, Ática, 2009.
KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 9ed. São Paulo, Contexto, 2007.
4. Outras teorias cujo objeto de estudo é o texto.
MUSSALIM, F. & BENTES, A. Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras.5ed. São Paulo, Cortez. Vol.1., 2007, p.245-287.
5. Diferenças e características da fala e da escrita: a relação oralidade / escrita e seus diferentes níveis de formalidade, organização e variação - uma questão linguística, social e pedagógica.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 7ed. São Paulo: Cortez, 2007a.
KOCH, I.V. O texto e a construção dos sentidos. 9ed. São Paulo, Contexto, 2007.
6. Considerações sobre a análise da conversação.
MARCUSCHI, L. A. Análise da conversação. 6. ed. São Paulo: Ática,2007b.
DIONÍSIO, Ângela P. Análise da conversação. In: MUSSALIM, F. & BENTES, A. C. (orgs). Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras.6ed. São Paulo: Cortez, Vol.2, 2005, p.69-99.
7. Leitura, oralidade e escrita: práticas linguísticas, sociais e pedagógicas.
GERALDI, J.W. (org). O Texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1985, p.109-119.
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo: Cortez, 1988.
8. Estratégias de leitura (cognitivas e metacognitivas)
KATO, M. O aprendizado da leitura. 5ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.
KLEIMAN, A. B. Texto e Leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 10.ed., Campinas, Pontes, 2007.
9. Leitor analisador e (re)construtor.
KLEIMAN, A. B. Texto e Leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 10.ed., Campinas, Pontes, 2007.
_____. Oficina de leitura: teoria e prática. 10ed. Campinas, Pontes, 2004.
_____. Leitura, Ensino e Pesquisa. 2. ed. Campinas, Pontes, 2007.



b- Avaliação:
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados.
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetições dos exercícios da auto-avaliação.
Para sua orientação, informamos a seguir, os conteúdos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:

1. O assunto a ser abordado na NP1 estará abrangido pelos Conteúdos de 2 a 5 (este Conteúdo 1 é apenas de apresentação e nele não há exercícios.)

2. O assunto a ser abordado na NP2 estará abrangido pelos Conteúdos de 6 a 9.
3. A prova Substitutiva abrange todo o conteúdo do semestre.
4. O Exame abrange todo o conteúdo do semestre.


c- Bibliografia:
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo, Hucitec, 2002.
_____ . Estética da Criação Verbal. São Paulo, Martins Fontes, 2002.
BENTES, A. C. Linguística Textual. IN. MUSSALIM, F. & BENTES, A. Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras.5ed. São Paulo, Cortez. Vol.1., 2007, p.245-287.
BENVENISTE, E. O Aparelho Formal da Enunciação. IN Problemas de Lingüística Geral II. Campinas: Pontes, 1989.
BRITO, P.L. Em terra de surdos-mudos: um estudo sobre as condições de produção de textos escolares.In: GERALDI, J.W. (org). O Texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1985.
COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. 3ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
DIJK, T. A. Some aspects of text grammars. Paris, The Hague, 1972.
_____. Cognição, discurso e interação. 3 ed. São Paulo, contexto, 2000.
DIONÍSIO, Ângela P. Análise da conversação. In: MUSSALIM, F. & BENTES, A. C. (orgs). Introdução à Linguística – Domínios e Fronteiras.6ed. São Paulo: Cortez, Vol.2, 2005, p.69-99.
DUCROT, O. O Dizer e o Dito. Campinas, Pontes, 1987.
FÁVERO, L. L. Coesão e Coerência Textuais. 3ed. São Paulo, Ática, 2009.
FÁVERO, L. L. & KOCH, I. V.Linguística textual: introdução. 4ed. 2005. São Paulo, Cortez, 2005.
FOUCAMBERT, J. A criança o professor e a leitura. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
GANCHO, M. Como Analisar Narrativas. São Paulo, Ática, 1991.
GERALDI, J.W. (org). O Texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1985, p.109-119.
GUIMARÃES, E. Semântica do Acontecimento. Campinas: Pontes, 2002. pp11-42.
INDURSKY, F. O texto nos estudos da linguagem: especificidades e limites. ORLANDI, E.P. & LAGAZZI, R. S.(orgs). Introdução às ciências da Linguagem - Discurso e Textualidade. Campinas, Pontes, 2006.
KATO, M. O aprendizado da leitura. 5ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.
KLEIMAN, A. B. Texto e Leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 10.ed., Campinas, Pontes, 2007.
_____. Oficina de leitura: teoria e prática. 10ed. Campinas, Pontes, 2004.
KLEIMAN, A. B. Leitura, Ensino e Pesquisa. 2. ed. Campinas, Pontes, 2007.
KOCH, I.V. Introdução à linguística textual. 2ed, São Paulo, Martins Fontes, 2009.
_____. O texto e a construção dos sentidos. 9ed. São Paulo, Contexto, 2007.
_____. Interferências da oralidade na aquisição da escrita. In: Trabalhos em Linguística Aplicada. Vol.30, Campinas: Unicamp, 1997b, p.31-38.
_____. Desvendando os segredos do texto. 4 ed. São Paulo, Cortez, 2006.
MAINGUENEAU, D. Novas Tendências em Análise do Discurso. Campinas: Pontes & Editora da Unicamp, 1989.
MARCUSCHI, L. A. Linguística textual: o que é e como se faz. Recife, UFPE, 1983.
_____. Concepções de Língua Falada nos Manuais de Português de 1o. e 2o. Graus: uma Visão Crítica. Campinas, UNICAMP/IEL, 1997, p.39-79.In: Trabalhos em Lingüística aplicada. no.30.
_____. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 7ed. São Paulo: Cortez, 2007a.
_____. Análise da conversação. 6. ed. São Paulo: Ática,2007b.
PINTO, J. P. Pragmática. In. MUSSALIM, F. & BENTES, A.C. Introdução à lingüística – Domínios e Fronteiras. 5ed. São Paulo: Cortez, 2007, pp.47-51.
PLATÃO, F. S. & FIORIN, J. L. Lições de Texto: Leitura e Redação. São Paulo, Ática, 1996.
SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo: Cortez, 1988.


Qualidades do texto: Clareza e Concisão

Título : Qualidades do texto: Clareza e Concisão
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A clareza e a concisão compreendem duas qualidades primordiais de um texto bem elaborado. A primeira diz respeito à organização coerente das idéias, de modo a não deixar dúvidas sobre o que foi proposto pelo texto, desde seu início até sua conclusão, enquanto a segunda está associada à não-prolixidade do texto, ou seja, uma está ligada à outra.
Do ponto de vista da produção, de acordo com a intenção, deve-se selecionar a estrutura que sustentará o texto, levando-se em consideração características peculiares a cada uma delas (narrativa, descritiva ou dissertativo-argumentativa), as quais serão apresentadas mais à frente. O fundamental é garantir que haja uma hierarquia de idéias e fatos na relação intratextual, a fim de se organizar um todo coeso e coerente.
Nesse sentido, a organização dos parágrafos no interior do texto é de suma importância e constitui uma das dificuldades que deve ser vencida pelo produtor, pois quando não se tem domínio dessa habilidade, há duas tendências na construção dos parágrafos: ou o texto é um bloco único de informações ou confundem-se período e parágrafo.
Para melhor compreensão, passemos a verificar essas duas etapas: da organização discursivo-textual e da elaboração dos parágrafos.

Organização discursivo-textual
Do ponto de vista de quem produz o texto, é preciso que haja conhecimento das condições de produção, ou seja, é preciso saber para quê, para quem e por quê o texto será produzido. Além dessas, o tipo de texto também é uma condição de produção, visto que o gênero determina as características de cada texto, o que pressupõe o conhecimento delas para a organização discursivo-textual adequada.
Uma primeira preocupação deve ser com a pessoa do discurso, na cena enunciativa, tendo em vista que o uso da 3ª ou da 1ª pessoa produz efeito de objetividade ou subjetividade. Dizemos efeito porque este é resultado da intenção do locutor (para com o interlocutor) de “afastar-se” ou “aproximar-se” da enunciação quando faz a escolha.
A partir desse primeiro posicionamento, o sujeito assume “a voz” que seja mais conveniente à produção do texto-discurso. Trata-se da relação entre enunciação e enunciado, ou ainda, “o que se diz” e “o que se quer dizer”.
É dessa escolha enunciativa que se pode avaliar se o texto-discurso é objetivo ou subjetivo, se o sujeito aproxima-se ou distancia-se do ponto de vista que há no texto. Enfim, o modo de dizer, o que se pretende dizer depende dessas escolhas prévias. Após essa primeira seleção, torna-se necessário saber que tipo de texto pretende-se produzir, isto é, se o texto é descritivo, narrativo ou argumentativo.
Nesse sentido, Emediato (2004:136) propõe o seguinte quadro:
MODOS DE ORGANIZAÇÃO
FUNÇÃO DE BASE
PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO
ENUNCIATIVO
relação de influência
(EU-TU)

Ponto de vista situacional
(EU – Contexto)

Relato sobre o mundo
(ELE)
  • Posição em relação ao interlocutor.
  • Posição em relação ao que é dito.
  • Posição em relação ao mundo e aos discursos dos outros.
DESCRITIVO
Identificar os seres, objetos do mundo de maneira objetiva ou subjetiva.
  • Organização da construção descritiva.

    (Nomear, Localizar, Qualificar e Quantificar).
NARRATIVO
Construir uma sucessão de ações de uma história no tempo em torno de uma busca e de um conflito, com actantes e personagens.
  • Organização da lógica narrativa (Actantes, processos e funções narrativas).
  • Qualificação da ação e estatuto do narrador.
ARGUMENTATIVO
Explicar uma verdade, numa visão racional, para influenciar o interlocutor: convencê-lo (se argumentação demonstrativa) ou persuadi-lo (se argumentação retórica)
  • Organização da lógica argumentativa.

    (Relações lógicas, tipos de argumentos).


Convencer é apresentar provas e, por isso, os argumentos “demonstram”, ou seja, comprovam o que está sendo dito. Persuadir é “levar o outro a acreditar”, por isso é um ato retórico, ou seja, o sujeito-enunciador deve construir os argumentos para persuadir “o outro”.

Qualidades do texto: Coerência, Coesão (III)

Título : Qualidades do texto: Coerência, Coesão (III)
Conteúdo :

Coerência e progressão textual
A pesca
Affonso Romano de Sant’Anna
o anil
o anzol
o azul
o silêncio
o tempo
o peixe
a agulha
vertical
mergulha
a água
a linha
a espuma
o tempo
a âncora
o peixe
a garganta
a âncora
o peixe
a boca
o arranco
o rasgão
aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzol
aquelíneo
ágilclaro
estabanado
o peixe
a areia
o sol
Apesar dos poucos elementos de coesão, temos um texto coerente porque há unidade de sentido que é dada a partir do próprio título; ele também é elemento de referência e ativa o conhecimento de mundo. As palavras, assim, ganham sentido e vemos que se trata da descrição de uma pescaria, situação que corresponde ao esquema que temos arquivado na memória.
Como já dissemos, a coerência é o todo de sentido em que resulta o texto. Para que ela se estabeleça, é preciso observar a não-contradição de sentidos entre partes do texto, o que se constrói pelos mecanismos de coesão já explicitados.
Além disso, de acordo com Fiorin & Platão (1999), há vários níveis que devem ser levados em conta, como o narrativo, o figurativo, o temporal, o argumentativo, o espacial e o de linguagem. Para todos eles, dois tipos de coerência são fundamentais: a coerência intra e extratextual. A primeira corresponde à organização e encadeamento das partes do texto, ao passo que a segunda pode estar relacionada tanto ao conhecimento de mundo como ao conhecimento lingüístico da falante.
No entanto, há textos que podem ser incoerentes aparentemente. Para se verificar se o texto tem sentido, é preciso considerar vários fatores que podem levar à atribuição de significado ao texto. São eles: o contexto, a situação comunicativa, o gênero, o(s) intertexto(s).
Esses fatores determinam as condições de produção e de recepção de um texto. É preciso ter conhecimento dessas condições para julgar coerente (ou não) um texto. Para exemplificar, um texto literário, por ser ficcional, admite o uso da linguagem figurada, ao passo que um texto científico não a admite. Portanto, se houver o uso de uma metáfora em um texto científico, por exemplo, este será julgado incoerente.
Vejamos um texto para melhor ilustrar o que foi dito até aqui.
O leão, o burro e o rato
Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos(1) e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
— Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.
Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água(2) e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:
— Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no chão, morto.
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
— Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora — divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza(3) morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou:
— Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
— Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
E o rato respondeu:
— Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu — é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha — é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha — e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
— Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! — exclamou o leão, realmente admirado. — Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
— Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.
MORAL: SÓ UM BURRO TENTA FICAR COM A PARTE DO LEÃO.
(1). A conjugação de esforços tão heterogêneos na destruição do meio ambiente é coisa muito comum.
(2). Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas isso já é outra fábula.
(3). Os ratos devem se contentar em se alimentar de ratos. Como diziam os latinos: Similia similibus curantur. (FERNANDES, Millôr)1

1 www.uol.com.br/millor (acesso em 05/12/06)


Ao analisarmos o texto, podemos verificar o seguinte:
No texto, a coerência narrativa é estabelecida, primeiramente, pela seqüência de ações que se encadeiam: o leão propõe um desafio ao burro e ao rato, ambos aceitam, mas o burro não capta a verdadeira intenção do leão e acaba morto; o rato, por sua vez, ao ver o burro morto, entende a mensagem e, para preservar sua vida, faz a divisão do alimento considerada justa para o leão e, assim, obtém sucesso.
Na seqüência temporal, a narrativa apresenta uma sucessão de fatos que estabelece a progressão temática do texto a respeito da exploração do homem pelo homem, ou da lei da sobrevivência em uma sociedade competitiva, tema(s) este(s) que é (são) figurativizado(s) pelos animais partilhando o alimento, em que se destaca a soberania do leão na cadeia alimentar.
A fim de se concretizar a “verdade” do texto, há também a coerência espacial, visto que os animais encontram-se em uma floresta, ambiente que concretiza o cenário em que se desenvolve a história. Como se trata de um texto ficcional, a coerência é estabelecida pela criação desse mundo possível em que os personagens se inserem.
Quanto à linguagem, é coerente ao tipo de texto, que permite o uso do coloquial, a fim de aproximar-se do interlocutor desse tipo de texto. Por isso, o vocabulário é acessível e há construções próximas à oralidade, como “Me façam um favor”, em que o pronome oblíquo inicia a oração, uma forma que a norma padrão rejeita.
Há um “jogo” de pressupostos e subentendidos, que caracterizam o texto como literário e consiste em uma estratégia argumentativa para a defesa do ponto de vista implícito de que “vence o mais forte”.
Dessa forma, podemos considerar este um texto coerente, pois observamos tanto a coerência interna, como a coerência externa dele. A primeira corresponde aos fatores ligados ao conhecimento lingüístico, já apresentados anteriormente, ao passo que a segunda relaciona-se às condições de produção e/ou recepção do texto, tais como o gênero, a situação comunicativa e as relações intertextuais.
Nesse sentido, podemos verificar que, por se tratar de uma crônica, é um texto que trata de tema do cotidiano, em uma linguagem coloquial, mas que constrói opinião pelas estratégias argumentativas. Além disso, de modo subentendido, faz alusão a outros textos existentes, do tipo fábula, que pressupõem a existência de uma “moral”, recurso que se denomina intertextualidade. Pode-se notar que por esse recurso há construção de uma ironia em relação à moral, que é apresentada de uma maneira “subvertida”, isto é, de modo a levar o leitor à reflexão sobre a estupidez humana em suas relações sociais.

Sugestão de atividade
Sugerimos que, para amadurecer sua competência leitora, escolha um outro texto narrativo, até mesmo uma nova fábula, e desenvolva sua análise, contemplando os aspectos abordados até aqui.

Qualidades do texto: Coerência, Coesão (II)

Título : Qualidades do texto: Coerência, Coesão (II)
Conteúdo :

Coesão por encadeamento de segmentos textuais (coesão seqüencial)
a. Coesão por conexão
Estabelecida por conectores (ou operadores discursivos), que fazem a relação entre segmentos do texto. Esses conectores, além de estabelecer relação lógico-semântica entre as partes do texto (de causa, finalidade, conclusão etc.), têm função argumentativa, que segundo FIORIN & PLATÃO (1999) podem ser dos seguintes tipos:
1) Os que marcam uma gradação numa série de argumentos orientada no sentido de uma determinada conclusão (até, mesmo, até mesmo, inclusive, ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito). Ex.: Ele tem todas as qualidades para vencer o concurso: é alto, magro e até inteligente.

2) Os que marcam uma relação de conjunção argumentativa (ligam argumentos em favor de uma conclusão, como: e, também, ainda, nem, não só... mas também, tanto...como, além de, além disso, a par de). Ex.: O cliente não recebeu o produto solicitado e, ficou, ainda, insatisfeito com o que recebera.

3) Os que indicam uma relação de disjunção argumentativa (argumentos que levam a conclusões opostas, como: ou, ou então, quer...quer, seja...seja, caso contrário). Ex.: Todos os convocados pelas autoridades competentes devem apresentar-se ou serão intimidados a fazê-lo.
4) Os que marcam uma relação de conclusão (portanto, logo, por conseguinte, pois, quando não introduz a oração). Ex.: Ele foi classificado o melhor corredor. Recebera, pois, o maior prêmio. (Está implícito que quem fosse considerado o melhor corredor, receberia o melhor prêmio).
5) Os que estabelecem uma comparação entre dois elementos, com vistas a uma conclusão (a favor ou contra). Ex.: Não sei se o trabalho ficará bom, mas esse pedreiro é tão eficiente quanto o outro.
6) Os que introduzem uma explicação ou justificativa (porque, já que, que, pois). Ex. É melhor não mexer no material, já que não tem a intenção de comprá-lo.

7) Os que marcam uma relação de contrajunção (mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, embora, ainda que, mesmo que, apesar de que). Ex.: O governo abriu financiamento de casas à classe média, porém há uma grande parte da população sem casa própria.
8) Os que introduzem argumento decisivo, como um acréscimo à informação (alíás, além do mais, além de tudo, além disso, ademais). Ex.: Ela tirou tudo do armário, espalhou no quarto e não terminou a arrumação. Aliás, nem deveria ter começado.
9) Os que indicam uma generalização ou uma amplificação da informação anterior (de fato, realmente, aliás, também, é verdade que). Ex.: Não bastasse estar atrasado, também esqueceu o ingresso no bolso da calça.
10) Os que especificam ou exemplificam o que foi dito. Ex.: Todos ficaram insatisfeitos com a decisão da mãe. O filho mais velho deixou de falar com ela.

11) Os que marcam uma relação de retificação, ou seja, uma correção, um esclarecimento, um desenvolvimento ou uma redefinição do conteúdo anterior. (ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras). Ex.: O candidato não honrou seu compromisso, isto é, não cumpriu o que prometera em campanha eleitoral.

12) Os que introduzem uma explicitação, uma confirmação ou uma ilustração do que foi informado. (assim, desse modo, dessa maneira).Ex.: Encontramo-nos em período de crise econômica. Assim, o comércio de produtos eletrônicos está em baixa.
b. Coesão por justaposição
Esse tipo de coesão pode ser estabelecido com ou sem elementos de ligação. Quando há conectores, estes podem ser:
1) Os que marcam seqüência temporal. Ex.: A mulher abandonara o lar. Um ano depois, estava arrependida.
2) Os que marcam uma ordenação espacial. Ex.: À direita fica o portão de entrada para o prédio.
3) Os que especificam a ordem dos assuntos no texto. Ex.: Primeiramente, devo declarar que aceito a proposta.
4) Os que introduzem um dado tema ou servem para mudar o assunto na conversação. Ex.: Devemos nos unir para uma decisão acertada. Por falar nisso, estamos todos no mesmo barco.
Algumas observações:
1 – Quando não há conectores, eles podem ser inferidos pelo contexto.

Ex.: Não assistirá à conferência. Está atrasada. (subentende-se um conector que estabeleça relação de causa na segunda oração, como “porque”)

2 – Quanto à manutenção do tema no texto, trata-se da articulação tema (dado) e rema (novo), que se dá na perspectiva oracional ou contextual.

Ex.: Vamos descrever, então, o interior da casa. A sala é ampla e se divide em dois ambientes. Os quartos são bem arejados. A cozinha comporta toda a família nos horários de refeição.
Sugestão de leitura A coesão textual
Ingedore V. Koch
Contexto

Qualidades do texto: Coerência, Coesão (I)

Título : Qualidades do texto: Coerência, Coesão (I)
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Nesta aula daremos início ao estudo de alguns fatores importantes para a qualidade de um texto. Como você já viu, em aulas anteriores, o que é um texto, isto é, quais as características básicas que nos permitem considerar um texto como tal, passaremos aos itens relativos à qualidade textual, que compreendem: coesão e coerência; clareza e concisão e correção gramatical.

Coesão e coerência

Para entendermos a noção de coesão/coerência, primeiramente devemos considerar a hierarquia de valores que existe de uma palavra a um texto. É essa hierarquia que determina a coesão/coerência, tendo em vista ser o texto um “todo” de significado, ou seja, para considerarmos que um texto seja um “texto”, temos que levar em consideração sua organização sintático-semântica em primeiro lugar.

Assim, a coesão equivale à relação entre as palavras, entre as orações, entre os períodos, enfim, entre as partes que compõem um texto. Quando chegamos ao “todo”, ao sentido global, temos a coerência do texto. Então, um fator depende do outro, isto é, a coerência pressupõe a coesão.
Exemplificando: o falante de língua portuguesa não reconhece coesão e coerência em uma seqüência como:
Dia é muito este especial vida minha em.
No entanto, esse mesmo falante reconheceria como coerente (e coesa) a seqüência:
Este dia é muito especial em minha vida.
Houve organização sintático-semântica na segunda seqüência, o que não ocorreu na primeira.
Segundo Koch (1998), “o conceito de coesão textual diz respeito a todos os processos de seqüencialização que asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação lingüística significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual”.
Essa coesão pode ser estabelecida por meio de mecanismos referenciais e/ou seqüenciais, segundo os estudos lingüísticos. Para entendermos melhor, vejamos a proposta didática dessas classificações, feita por Platão & Fiorin (1999).
Coesão por retomada ou por antecipação (coesão referencial)


São classes gramaticais (artigos, pronomes, numerais, advérbios, verbos) que funcionam, no texto, como elementos de retomada (anafóricos) ou de antecipação (catafóricos) de outros termos enunciados no texto.
Exemplo:
Estamos (a) reunidos para examinar o caso. Eu, a diretoria e vocês entendemos que não se trata de uma questão simples. Ela (b) deve ser analisada com muita cautela, por isso nós (c) nos encontramos aqui.

No pequeno trecho, podemos observar as expressões destacadas e verificar que:

(a) “Estamos” é o verbo que antecipa o sujeito “eu, a diretoria e vocês”. Na seqüência, é um elemento catafórico.

(b) “Ela” é um pronome que retoma “uma questão”, portanto um elemento anafórico.

(c) “Nós” é pronome (elemento anafórico) que retoma o sujeito “eu, a diretoria e vocês”.

É a isso que se denomina “retomada ou antecipação por uma palavra gramatical”. Podemos, então, encontrar, em um texto, vários elementos que estabelecem essa retomada ou antecipação. São eles que estabelecem as ligações no texto, ou seja, são esses termos que estabelecem o que se denomina coesão referencial.

Algumas observações:
1 – O termo substituído e/ou retomado pode ser inferido pelo contexto.
Exemplo: Estamos aqui para examinar o caso.
Nesse caso, “aqui”, se não houver referência anterior explícita, leva à inferência de que se trata do local em que ocorre a situação comunicativa (que não precisa ser um lugar concretamente especificado).
2 – No uso de artigo, o definido tem a função de retomar um termo já enunciado, enquanto o indefinido geralmente introduz um termo novo.
Exemplos:
(a) Encontrei a carta sobre a mesa. (pressupõe-se que se trata de uma carta já referida anteriormente).
(b) Uma carta foi deixada sobre a mesa. (“uma” introduz o termo carta, ou seja, o termo está sendo apresentado no texto)
3 – Os verbos “fazer” e “ser”, enquanto anafóricos, substituem, respectivamente, ações e estados.
Exemplos:
(a) João e Maria estudaram muito para a prova, o que você não o fez. (=estudar)
(b) Eduardo e o irmão ficaram muito emocionados com a homenagem, mas não foi (= ficarem emocionados) como esperávamos.
4 –Ambigüidade.

Quando um elemento anafórico refere-se a dois antecedentes distintos, pode provocar ambigüidade. Observe:



A placa pede que o pedestre reduza a velocidade ou que o motorista reduza a velocidade pela presença de pedestres no local?








Veja outros exemplos que provocam ambigüidade:
(a) Pronome possessivo:
Minha amiga discutiu com a irmã por causa de sua resposta. (sua= da amiga ou da irmã?).
(b) Pronome relativo:
Ela convidou o irmão do namorado, que chegou atrasado para a festa. (que= o irmão ou o namorado?)


b. Retomada por palavra lexical (substantivos, verbos, adjetivos)
Além das palavras gramaticais, há outra forma de se retomar as palavras no texto. É o mecanismo de substituição por sinônimos, por hiperônimo, por hipônimo ou uma antonomásia.
No exemplo anterior, podemos observar um desses mecanismos. Em “... de uma questão simples”, o substantivo “questão” retoma “o caso” por um processo de substituição por sinônimos.
A relação de hipônimo/hiperônimo corresponde à relação de “contém” / “está contido”. O primeiro está contido no segundo e vice-versa. Por exemplo, cachorro é hipônimo de mamíferos e vice-versa.
Quanto à antonomásia, é o processo de substituição de um nome próprio por um comum ou de um comum por um próprio. Geralmente é utilizado para personalidades.
Exemplo: A Rainha dos baixinhos estréia novo filme. (Em vez de Xuxa estréia novo filme).
Dentre os mecanismos de coesão referencial, há também a elipse, quer dizer, o apagamento de palavras (que podem ser recuperadas pelo contexto) em uma seqüência, para que não haja repetição indevida.

Exemplo: O Presidente da República anunciou novas medidas. Ø Baixou os juros, Ø elevou o salário mínimo e, ainda, Ø regulamentou a criação de novos empregos.
Veja que o símbolo Ø representa o sujeito “O Presidente da República”, que foi omitido para evitar repetição na seqüência. Trata-se da elipse do sujeito.
a. Retomada ou antecipação por uma palavra gramatical